Declaração de Fé
Por que escrever uma declaração?
Porque temos certeza que esse compromisso de ser igreja com alguém deve ser claro e transparente. E embora no final todos estejamos buscando viver no Caminho pelo Espírito segundo a palavra, estamos todos em um ponto dessa jornada, e nesse lugar compartilhamos o que vemos Nele no momento, e essa visão pode ser expressa de forma diferente, e embora o desejo possa ser o mesmo, vivenciá-lo no dia a dia proporciona grandes oportunidades de divergências e justamente por isso apresentamos a seguir os pilares do que discernimos ser os alicerces para viver esse desejo de forma comunitária tendo em comum a mesma fé e o mesmo Espírito.
Amar e amar
Jesus respondeu: “‘Ame o Senhor, teu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de toda a sua mente’. Este é o primeiro e o maior mandamento. O segundo é igualmente importante: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Toda a lei e todas as exigências dos profetas se baseiam nesses dois mandamentos”.
Mateus 22:37-40
Amar é a essência do Reino anunciado pelos profetas, manifesto por Jesus e revelado pelo Espírito Santo através da igreja na terra. Sem amor, o Amor, nada tem valor. Ele é a pedra angular da vida comunitária. O metal precioso que suporta as provações, o vínculo perfeito que une os diferentes. É o convite diário e a força motriz para vivermos no caminho excelente o mandamento mais importante segundo as escrituras, descobrindo juntos a grandeza, a altura e a profundidade dessa expressão da natureza do Pai, revelada no Filho através do Espírito Santo.
Quando pensamos na vida da igreja, é indissociável a busca permanente pela compreensão e prática do que de fato é amor, e como esse se manifesta de maneira real no cotidiano do corpo de Cristo. Esse desejo é o combustível do relacionamento com o Senhor, do desenvolvimento da vida interior de intimidade e maturidade espiritual, é ele que nos posiciona diariamente em conhecê-Lo através de uma vida de devoção e santificação, e ao mesmo tempo nos fortalece diariamente a expressar esse conhecimento em nossas ações.
Ao amarmos o nosso Deus e Pai, somos apresentados ao fato de que fomos amados primeiro, e quanto mais nos aprofundamos nesse relacionamento, somos revelados na dimensão da misericórdia recebida e da graça capacitadora que nos encoraja dia após dia na compreensão do amor, e a partir desse ponto somos impulsionados a amar ainda mais o Senhor e os nossos irmãos.
O amor é transbordante, e amar é a dinâmica da vida do Amor. Começa num coração quebrantado e arrependido, e transborda para todas as dimensões de existência do indivíduo alcançado pelo amor. O amor transforma vidas, casamentos, famílias, relacionamentos, comunidades, cidades e nações.
O amor ama e transforma pessoas, e pessoas amam e transformam o mundo. Amar era a missão do Filho, amar é a missão da igreja. Uma tarefa impossível de ser cumprida de maneira solitária, precisamos um dos outros para amar, e é nessa relação viva e intencional com o Senhor e nossos irmãos que nos tornamos como Ele, a expressão visível do Deus invisível que é Amor, e é no ato de amar que o verbo amor, é conjugado na carne do corpo de Cristo, a igreja.
Protagonismo do Espírito Santo
Por isso digo: deixem que o Espírito guie sua vida. Assim, não satisfarão os anseios de sua natureza humana. Quando, porém, são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei. Aqueles que pertencem a Cristo Jesus crucificaram as paixões e os desejos de sua natureza humana. Uma vez que vivemos pelo Espírito, sigamos a direção do Espírito em todas as áreas de nossa vida.
Gálatas 5:16, 18, 24 e 25
Ao olharmos com atenção para a igreja dos primeiros dias identificamos logo na primeira pregação o protagonismo do Espírito Santo na vida do corpo de Cristo. Logo após o derramar do Espírito Santo durante a festa de Pentecostes, aqueles homens transbordando do Espírito vivem uma realidade totalmente diferente e peculiar. Cheios da vida de Deus em seus corações o Reino se manifesta de tal maneira que a alegria de estarem no Espírito Santo é confundida com a embriaguez, e diante de tal cenário, Pedro um dos líderes do grupo se levanta como uma voz profética e apresenta o testemunho de Jesus com autoridade e poder, ao ponto que ao final da mensagem os homens que até então os viam como bêbados, são os mesmos a perguntar: o que precisamos fazer?
Nesse momento o apóstolo aponta um caminho, o arrependimento, e seguinte a esse passo de fé, a confissão pública através do batismo no nome de Jesus. Mas em seguida ele finaliza com a resposta do Pai ao movimento do homem, a dádiva, o presente inestimável de receber em nossos corações, o mesmo Espírito do nosso Senhor. É a partir desse ponto, ao reconhecer, confessar e renunciar a realidade do homem natural e sua morte espiritual que esse mesmo homem recebe o dom da vida, o nascimento no espírito, para viver pelo Espírito, e assim ser um com Jesus, o cabeça, e um com os irmãos, o corpo.
Natureza bíblica
Não se limitem, porém, a ouvir a palavra; ponham-na em prática. Do contrário, só enganarão a si mesmos. Pois, se ouvirem a palavra e não a praticarem, serão como alguém que olha no espelho, vê a si mesmo, mas, assim que se afasta, esquece como era sua aparência.
Tiago 1:22-24
A palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo é o registro divino e inalterado, guardado no coração de homens tementes no decorrer da história que apontam para revelação da natureza, o DNA, de Jesus. Do princípio em Gênesis ao tempo de restauração de todas as coisas em Apocalipse, os atributos invisíveis de Deus presentes na criação, são revelados em Cristo Jesus através da lei, dos profetas e da sua encarnação, morte e ressurreição, e após a descida do Espírito Santo, da igreja, o Seu corpo.
Nesse contexto histórico, repleto de amor, misericórdia e poder, vemos na Bíblia o testemunho do caráter e da pessoa divina de Jesus, e através Dele, o primogênito de muitos irmãos, da nossa própria natureza. Olhar para Cristo, a manifestação da sua presença na história do homem, suas ações e reações, a maneira de ver e enxergar o mundo, sua relação de amor e compaixão com a humanidade, o poder que emana de seus olhos e de suas palavras, o exemplo vivo, a encarnação do verbo, a expressão exata do Pai, todos os aspectos dessa pessoa falam de uma natureza divina, que se expressou e ainda se expressa na terra através do poder do Espírito que de maneira sobrenatural flui Dele e converge Nele, e ainda fala também através da igreja, o seu corpo glorioso na terra.
Compreender que a Bíblia não é um manual de regras ou apenas um livro que conta a história milenar de um povo é essencial para o nosso amadurecimento como indivíduo e como comunidade. Discernir o testemunho bíblico da natureza de Jesus através da revelação do Espírito Santo é a base para conhecermos a nossa própria natureza em Cristo, e é a partir desse fundamento que somos capazes de andar na terra sem pertencer a ela, como o próprio Jesus fez no seu tempo encarnado.
Tal entendimento no lugar da visão legalista e do desejo de transformação moral acima do fruto espiritual demanda da igreja um lugar de interpretação revelada das escrituras e permite ao indivíduo que se relaciona com ela um encontro consigo mesmo através de Cristo, primogênito dessa natureza apresentado na palavra pelo testemunho do Seu Espírito em nossos corações.
A partir desse ponto, conhecer Jesus transcende a compreensão pedagógica humana, que fala de um conhecimento exterior ao homem, mas apresenta uma teologia que não é mais um estudo limitado de Deus numa lógica retórica de entendimento, onde o conhecer não se preocupa em fazê-lo à distância, antes aponta para um conhecimento teológico que aponta para uma teofania do próprio Deus conhecido manifesto no corpo daquele que o conhece.
Quando esse homem que busca não um conhecimento intelectual, mas espiritual, discerne no Espírito que a Bíblia fala de Cristo mas também de si mesmo, como num espelho, aquele que tem a sua natureza revelada é chamado a viver, e praticar, conforme aquilo que vê. Neste lugar a vida guiada pelo Espírito, se manifesta através dos frutos como consequência de uma natureza revelada, e não alvo, onde o ser precede e origina o fazer, e todos apontam para Jesus, fazendo com que esse seja manifesto ao mundo, não pela lei, mas pelo poder do Espírito que se manifesta nos frutos de corações transbordantes.
Natureza bíblica
Jesus se aproximou deles e disse: “Toda a autoridade no céu e na terra me foi dada. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinem esses novos discípulos a obedecerem a todas as ordens que eu lhes dei. E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos”.
Mateus 28:18-20
Um outro aspecto importante da realidade cristã se apóia no conceito de uma vida terrena baseada numa missão, e ter consciência e clareza deste fato é primordial para o amadurecimento pessoal e coletivo, mas também para o cumprimento do alvo missionário da igreja edificada sobre os fundamentos apostólico e profético.
Quando pensamos numa igreja apostólica, precisamos na sua essência compreender que esse termo não se trata de um rótulo vazio de sentido que apenas indica uma mentalidade ou um pensamento metodológico de como a igreja como instituição se movimenta na terra. Mas antes de mais nada ser apostólica fala de ser enviada para o mundo para uma missão profética de testemunhar a pessoa de Jesus submissos a sua missão, debaixo do mesmo mandamento e propósito de amor onde o Pai amando o mundo envia seu Filho, a igreja como corpo de Cristo, nascida e revelada na sua natureza, também vive para o mesmo propósito.
Essa condição promove na vida da igreja uma postura interior ativa e dinâmica de salvação, transformação, desenvolvimento e amadurecimento do caráter de Cristo, mas também exterior onde o mesmo dinamismo se movimenta de forma ativa para fora da sua limitação geográfica alcançando de forma dimensional famílias, bairros, cidades, países até atingir o mundo todo como esfera de alcance. Seja no âmbito individual ou da comunidade de fé, precisamos ter a consciência despertada para essa realidade e estarmos atentos à vontade do Senhor revelada através do Seu Espírito aos homens e testificada no corpo comunitário chamado igreja. Se dentro do contexto pessoal e coletivo essa cultura não for apresentada, buscada e encorajada, o que veremos em nosso cotidiano eclesiastico será semelhante ao que o profeta Jeremias chamou de cisternas rotas, rachadas, cujo conteúdo se perde em si mesma.
Comunidades sem clareza de sua natureza e da sua missão, se perdem no dia a dia das preocupações e dos prazeres, e vivem em torno de gerar respostas para as suas próprias demandas de convivência e não mais a vontade plena do Senhor. Essa vocação expansiva da igreja, que para muitos pode parecer um risco, ou até mesmo um contrassenso, visto que na lógica do mundo essa saúde deveria nos conduzir para solidificação desse grupo, no pensamento do Reino, o que seria o caminho mais seguro é o nosso grande risco. Um corpo sem movimento atrofia seus membros e gera estruturas cada vez mais rígidas que impedem seu caminhar em direção ao sopro do vento do Espírito.
Como tudo na criação precisa ser nutrido para se manter, nossa cultura local precisa manter viva no seu dia a dia esse ambiente de dependência do Senhor e interdependência entre os irmãos, mas também de disponibilidade e disposição para escutar a reação do Criador ao clamor da criação quando diz: A quem enviarei? A nossa resposta como igreja deve ser: Envia-me a mim, envia-nos. E esse envio pode ser para uma outra casa no bairro, uma escola ou faculdade, um estado vizinho ou uma nação longínqua. O tamanho do deslocamento não está sob nosso controle, mas precisamos estar prontos para responder ao chamado, independente do ponto geográfico que ele aponte.
Ensino relacional
Quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Ali permaneceram com a igreja um ano inteiro, ensinando a muitas pessoas. Foi em Antioquia que os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez.
Atos 11:26
Durante seus anos de ministério, Jesus escolheu e separou um grupo de homens para ensiná-los na prática através de seu próprio exemplo como era a verdadeira vida planejada pelo Pai a toda humanidade. Nesse período em que estiveram juntos, eles puderam acompanhar de forma íntima e próxima quais eram as ações, mas mais do que isso as reações que o amor encarnado apresentava sobre todas as circunstâncias.
Ao caminhar com Ele pelas ruas de Jerusalém, Samaria e toda a Galiléia, ao percorrer os montes e campos, e encontrar pessoas ricas e pobres, necessitadas e abastadas, esses aprendizes de Cristo puderam ver o coração de Jesus manifesto a cada nova situação. Eles escutavam os ensinos ao público ouvinte, perguntavam seus significados, inquiriam sobre tudo, e às vezes eram também questionados. No decorrer dos dias a proximidade permitia que eles fossem batizados, mergulhados na vida do Pai, revelada no Filho através do Espírito Santo.
A forma de ensino de Jesus era por si só um exemplo de como eles deveriam seguir a ordenança do “ide e fazei discípulos”. Para eles, a direção não era algo distante ou desconhecido, eles foram discípulos e viram na prática como fazer discípulos. Eles entendiam através do que viveram o que era o batismo, eles foram mergulhados na realidade do Reino e lá permaneceram até o ponto que essa fosse a realidade deles.
Eles passaram tempo com Jesus, contemplaram o verbo vivo caminhando pelas ruas, viram o percurso interior que antecedeu a sua morte, mas também estavam lá para testemunhar a sua ressurreição e posterior ascensão. Esse inclusive foi um requisito de escolha para o décimo-segundo, o suplente para a vaga de Judas Iscariotes. Para os apóstolos estava clara a metodologia de formação de discípulos: relacionamento.
Passando tempo juntos o que estava fora começara a entrar dentro dos seus corações, a partir de relações cotidianas, muitas vezes simples como a preparação de uma refeição ou o deslocamento de uma região a outra, todas as oportunidades se tornaram valiosas, no monte, no templo, na mesa, ou no caminho. Em todo o lugar eles aprendiam com Jesus e essa era a realidade que a comunidade passou a vivenciar desde os seus primeiros dias. Estar juntos era o princípio, e o que aconteceria nesse tempo é o norte das atividades de uma igreja viva.
Juntos eles oravam e adoravam a Deus, ministravam ao Senhor, escutavam a Sua voz e se movimentavam na direção que o vento soprava, seja no pátio do templo, ou no terraço, de casa em casa ou no caminho para uma cidade vizinha. Partindo o pão ou dialogando sobre um ensino apresentado pelos apóstolos. Compartilhando alegrias e necessidades, vivendo o ordinário em unidade no Espírito Santo, eles viviam o extraordinário. E assim a boa notícia do Reino se apresentava de coração em coração, impactando famílias, cidades e nações. De uma forma simples, sem grandes estruturas físicas e tecnológicas, dependendo apenas do transbordamento do Espírito Santo nas relações eles chacoalharam o mundo, que viam nos discípulos a imagem do seu mestre, e eles assim foram chamados de Cristãos.
Discipulado cristocêntrico
Continuem a praticar tudo que aprenderam e receberam de mim, tudo que ouviram de mim e me viram fazer. Então o Deus da paz estará com vocês.
Filipenses 4:9
A maneira como os apóstolos compreenderam a ordem de fazer discípulos é um ponto muito importante para os nossos dias. Seguindo no propósito missional de ser igreja, temos desde o princípio como elemento chave deste a formação de discípulos, mas o ponto é discípulos de quem? A resposta para essa pergunta é a base para realização da missão de forma integra e alinhada à vontade do Senhor.
Quando olhamos para a igreja de Antioquia e vemos o reconhecimento dos discípulos como “Cristãos”, podemos ver no resultado alcançado o objetivo primário da tarefa proposta. A partir dessa constatação enxergamos que o alvo da igreja sempre foi e continua sendo a revelação da natureza do Filho nos filhos. A essência do discipulado é fazer com que este na medida que se desenvolve nos filhos de Deus, nascidos no Espírito, apresentem as características de vida do primogênito de muitos irmãos, Cristo.
Como igreja missional, possuímos a tarefa intencional de edificarmos uns aos outros em direção a maturidade de Jesus revelado em nós. O objetivo desse processo não visa a construção de um tipo de padrão ou subcultura local, nem mesmo uma linhagem mais ou menos desenvolvida que seja caracterizada por um tipo de comportamento ou postura diferenciada.
O alvo e propósito do discipulado é Cristo, e os serviços ministeriais apontam para Ele. Não somos chamados para sermos ministros, mas filhos, nossa intenção como igreja não deve ser a formação de uma igreja ministerial de apóstolos, profetas ou qualquer um dos ministérios eclesiásticos, mas uma comunidade de irmãos cujo a identidade comum de discipulado é Jesus e todas as relações nesse ambiente são centralizadas Nele. Onde o objetivo contínuo é Ele, e nele todos os ministérios estão presentes e se manifestam no dia a dia da igreja, se expressando de acordo com a necessidade de amadurecimento do corpo visando o amadurecimento dos santos, olhando para o Senhor e aquilo que o Espírito Santo está revelando como referência de edificação pessoal e coletiva.
Nessa visão de discipulado somos edificados uns pelos outros, honrando, exortando, consolando e se encorajando mutuamente com a única e exclusiva finalidade de que todos sejamos discípulos de Jesus. Com essa clareza, procuramos desse ponto nutrir o nosso olhar a partir Dele, com o desejo de vermos no outro a beleza do Pai expressa na vida de nossos irmãos, conduzindo todos os pensamentos e situações vivenciadas a aprendermos mais de, e com Jesus.
A consciência em torno desse princípio é fundamental para que possamos viver em unidade o desafio comum de ser igreja nos nossos dias, e mesmo com figuras eloquentes ou proeminentes ministerialmente como Paulo ou Apolo, não podemos cair na tentação de conduzir o nosso processo de formação a partir de características pessoais, e embora possamos ser gratos pelo esforço e serviço de alguns, esses podem ser vistos como um exemplo de dedicação, mas jamais de formação, afinal todos estamos buscando o mesmo objetivo, vivendo Nele e por Ele, somos Dele e fomos chamados para fazer discípulos conforme a sua imagem e de mais ninguém.
Compromisso comunitário
Todos se dedicavam de coração ao ensino dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e à oração.
Atos 2:42
Tendo clareza do motivo, da natureza, objetivo e forma como devemos viver essa nova vida como corpo de Cristo, precisamos nesse ponto de uma aliança coletiva em torno desse alvo que temos de conhecer Jesus, o amor, e fazê-Lo conhecido, amando. Para alcançarmos sucesso nessa missão, é necessário uma clareza do compromisso que temos uns com os outros e a partir disso nos dedicarmos, através do amor, para vivenciar esse vínculo de unidade e desejo comum.
Quando pensamos na prática de amar segundo a revelação de Jesus através de sua vida e ensino, é muito fácil entender que estamos continuamente muito aquém do padrão verdadeiro de amor. No decorrer da história o que vemos é um esvaziamento no sentido do termo, e um distanciamento cada vez maior da essência do ato de amar. Por conta dessa subjetividade apresentada no decorrer do tempo, e até mesmo de uma sutil rejeição interior de enfrentar o desafio com firmeza, negamos o mandamento de amar, a partir da negligência de discernir o que é o amor e como esse se manifesta no nosso cotidiano comunitário.
Para lidar com esse obstáculo claramente presente nos nossos dias, onde o amor se esfria e o egoísmo, o amor a si mesmo, aumenta, é necessário e urgente que tenhamos uma aliança coletiva, um compromisso comunitário de amor e que essa seja uma bandeira presente no dia a dia da comunidade de fé que se dispôs a viver a palavra revelada pelo Espírito Santo, e não deseja se esconder atrás de uma prática teológica fria e distante, mas sim uma teofania coletiva, onde o amor encarna num corpo comunitário chamado igreja.
Ao despertarmos para a consciência desse compromisso, a consequência é a dedicação, o esforço comum de todo grupo em cumprir essa aliança de obediência e aplicação da palavra de Deus em seu cotidiano, observando com sabedoria e temor as nuances da revelação do amor reveladas em Jesus e na igreja através do Espírito Santo. Tal empenho não pode ser confundido com uma força humana para fazer algo, mas ao contrário, ele aponta para a negação da nossa natureza carnal, para que a vida do Espírito flua no seio da igreja e gere frutos.
Esse compromisso de aliança comunitária em amor é o ponto de sustentação das relações estabelecidas na comunidade local de fé, e está fundamentado na pessoa de Jesus, e se revela na interação dinâmica com o Espírito Santo entre, e através dos membros dessa comunidade.
Ao procurarmos intencionalmente um estilo de vida baseado num compromisso de amar uns aos outros como somos amados por Jesus, passamos a condição de alvos e agentes do amor, o compromisso alimenta a mutualidade, a visão coletiva a partir da perspectiva do Pai, e aponta para relações sólidas e duradouras, cujo o vínculo de unidade é o amor revelado e praticado como corpo.
Vida partilhada
Todos os que creram estavam unidos em coração e mente. Não se consideravam donos de seus bens, de modo que compartilhavam tudo que tinham.
Atos 4:32
O passo seguinte para vivermos em amor esse compromisso comunitário passa pelo compartilhamento da vida, que na descrição de Lucas no texto de Atos se expressa através da frase: tudo que tinham. Ao olharmos algumas discussões sobre esse trecho das escrituras e seus desdobramentos pragmáticos no cotidiano social em que a igreja esteve, e está inserida, é comum escutarmos argumentos que se fundamentam apenas no aspecto financeiro-material, e se esquecem da visão integral do texto, onde a unidade do coração e mente, levou à partilha de tudo, inclusive seus bens, mas não apenas eles e é aqui que reside o desafio.
Para alcançarmos a plenitude de unidade apresentada devemos trabalhar de maneira intencional no exercício de partilha da vida comunitária e para isso ocorrer não podemos acreditar que um mandamento exterior, um sistema ideológico, político, administrativo ou doutrinário sejam capazes de promover tal resultado. Tendo em vista o amor como elemento chave de unidade, e o Espírito do Senhor como fiador dessa relação, não podemos suprimir a liberdade individual para o cumprimento de uma visão coletiva. Onde o Espírito está ali há liberdade, e respeitar essa relação entre liberdade individual e seus limites, e ao mesmo tempo viver um dinamismo espiritual que proporciona o compartilhamento verdadeiro dos corações, só é possível como fruto e não como objetivo.
Uma comunidade que busca o resultado da vida do Espírito, a unidade e o compartilhamento por exemplo, mas sem respeitar o tempo de amadurecimento individual que cada filho percorre no Senhor nos levará a modelos humanos, onde podemos enxergar alguns desses princípios de forma material, mas as consequências interiores são nefastas, substituindo o fruto por obras, a intimidade por esforço, a humilde dependência em orgulho vaidoso e meritocrático.
Para não cairmos nesse erro precisamos manter em todo o tempo o amor, Jesus, como pedra angular da construção dos relacionamentos comunitários, onde o vínculo seja gerado na liberdade do Espírito Santo e essa se desenvolvendo no decorrer do tempo em confiança e transparência, primeiro no âmbito vertical (homem e Deus), e como consequência, fruto, transborda em relações horizontais sólidas e verdadeiras. Onde o corpo edifica-se a si mesmo em amor, partilhando dos mesmos desejos e princípios, perseguindo o mesmo alvo de forma individual e coletiva.
Quando somos capazes de ter a clareza e consciência desse objetivo comum, vemos uma comunidade amadurecendo em torno do universo da mutualidade, submetendo, edificando, consolando e encorajando uns aos outros. Onde a partilha não é um fim em si mesma, mas um fruto, uma consequência prevista, mas não buscada, que se origina no desejo compartilhado de amar a Deus e na relação com o Seu Espírito, amar uns aos outros como Jesus nos amou. Vivendo uma vida partilhada em torno de um só coração e mente, a de Cristo, e esta se revelando no dia a dia a partir de uma só fé e um só espírito no cotidiano ordinário do corpo, a igreja, a manifestação do Reino dos céus na terra.
Unidos pela diferença
O corpo humano tem muitas partes, mas elas formam um só corpo. O mesmo acontece com relação a Cristo. Alguns de nós são judeus, alguns são gentios, alguns são escravos e alguns são livres, mas todos nós fomos batizados em um só corpo pelo único Espírito, e todos recebemos o privilégio de beber do mesmo Espírito. De fato, o corpo não é feito de uma só parte, mas de muitas partes diferentes.
1 Coríntios 12:12-14
Ao iniciarmos nossa jornada de vida comunitária nos depararemos com o desenvolvimento individual dos dons e talentos, que somada a personalidade e até mesmo a maturidade alcançada até então começam a formar uma identidade pessoal no membro dessa comunidade, ao mesmo tempo que a somatória dessas individualidades proporciona e dinamiza uma identidade comunitária local, e essa aponta para o corpo global de Cristo.
Nessa condição, somos todos partes de um todo maior. Do ponto de vista espaço-tempo, o corpo de Cristo está em formação, no tempo histórico através dos cristãos no decorrer desses dois mil anos de vida da igreja, e no espaço geográfico, abrangendo toda a Terra durante esse período.
A equação resultada desse cruzamento espaço tempo, apresenta homens e mulheres de origens étnicas e gerações diferentes, são judeus, gentios, escravos, livres, brasileiros, franceses, japoneses, africanos, distribuídos na história pela idade média, moderna, ou até chegar nas contemporânea gerações X, Z, millennials, etc.
Compreender a dimensão das possibilidades dessas diferentes expressões geracionais e culturais nos posiciona em um lugar de pequenez e humildade diante do todo global histórico, mas também para o nosso universo local comunitário.
Ao promover a singularidade na identidade do indivíduo o Senhor também o faz no corpo comunitário local, porém esse quando aponta para a igreja global, revela na unidade a beleza de Jesus expressa no espaço-tempo de forma diversa quando olhamos pela perspectiva natural, mas totalmente alinhada ao cabeça ao observarmos pela ótica espiritual. São justamente essas diferenças que proporcionam os espaços onde o Espírito do Senhor se manifesta promovendo o vínculo perfeito do amor.
É nessa unidade dos diferentes que a glória se manifesta, expressando nos relacionamentos que podem parecer aparentemente divergentes e até mesmo contraditórios, os atributos pragmáticos do amor: paciência, confiança, esperança, suporte, sofrimento. Quando passamos a enxergar que o amor para se manifestar demanda um ambiente de diversidade, para a partir desses promover unidade, compreendemos os malefícios de buscarmos uma comunidade uniforme onde as diferenças se submetem a padrões humanos, naturais, conectados ao contexto cultural de um período histórico ou de uma determinada região geográfica, e o que seria pior ainda um padrão baseado em uma única pessoa.
Romper com a visão da uniforme padronização e buscar a dinâmica da vida em amor através, e na presença do Espirito Santo é a chave para conseguirmos vivenciar uma igreja unida, viva e pulsante capaz de revelar ao mundo de forma madura a glória do Filho enviado.
Amadurecimento do corpo
Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres. Eles são responsáveis por preparar o povo santo para realizar sua obra e edificar o corpo de Cristo, até que todos alcancemos a unidade que a fé e o conhecimento do Filho de Deus produzem e amadureçamos, chegando à completa medida da estatura de Cristo.
Efésios 4:11-13
No processo de crescimento individual, e a partir desse, o desenvolvimento da comunidade, precisamos discernir os diferentes estágios de amadurecimento ao qual somos expostos e como esses acontecem de forma dinâmica e viva a partir do desejo de conhecer o Senhor e fazê-Lo conhecido através da revelação Dele em nós.
Esse percurso começa na vida de cada cristão no momento exato em que este ao reconhecer a sua situação de morte espiritual se arrepende, crendo no sacrifício redentor do Senhor Jesus e alcança através do batismo a graça de nascer no espírito, e em seguida ser morada e habitação do Espírito Santo. Nesse momento, ao contrário do que muitas vezes podemos acreditar, o objetivo final não foi alcançado, mas sim o início de uma jornada que aponta para a maturidade da igreja, o corpo espiritual de Cristo.
Nesse caminho proposto enfrentamos de forma individual e coletiva desafios diários que colocam em xeque a nossa fé, proporcionam momentos de dor, queda e tristeza, que ao primeiro olhar podem parecer ruins, mas são também, quando vivenciados da forma correta, um lugar de crescimento e desenvolvimento. O problema nesse caso se apresenta na maneira como passamos por essas situações, e aqui reside a resposta do Senhor para o desafio de amadurecer: o ministério dos santos para os santos.
Ao trabalhar na edificação da sua igreja, o Senhor designa homens e mulheres em períodos e situações específicas para servir a comunidade com seus dons e talentos, mas também com a sua personalidade e experiência de vida. Esses irmãos, a partir do seu lugar de filhos, e muitas vezes de irmãos mais velhos são chamados para servir o corpo comunitário visando a edificação mútua e assim permitem que através da unidade, cheguemos à medida de varão perfeito na identidade de Cristo.
Esses homens e mulheres são um presente para a igreja para exortação, consolo, encorajamento, cura, ensino, discipulado e envio. São pessoas que em concordância atuam uns com os outros nesse ministério coletivo de edificação da comunidade. Suas funções estão estritamente conectadas a vida da igreja e sobejam em muito a simples interpretação mundana que rotula pessoas a partir de um desígnio de serviço e os transforma em rótulos de recipientes vazios cuja essência se perdeu em meio ao desejo por títulos e reconhecimento.
Para conseguirmos como igreja do Senhor Jesus resistir a esse ataque, é necessário uma postura de humildade e honra mútua, que nos posiciona para olharmos a realidade segundo o sistema de valores dos céus. Nesse ambiente a unidade em torno da identidade de filhos é o nosso lugar de segurança, onde podemos crescer em profundidade no Senhor, ao mesmo tempo ampliar a capacidade de frutificar e promover o amadurecimento da igreja sem cairmos no erro da idolatria e do orgulho, servindo a igreja, seguindo a verdade em amor, suportando uns aos outros na medida que crescemos Nele.
Chamado individual
Certo dia, enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, o Espírito Santo disse: “Separem Barnabé e Saulo para realizarem o trabalho para o qual os chamei”. ³ Então, depois de mais jejuns e orações, impuseram as mãos sobre eles e os enviaram em sua missão.
Atos 13:2-3
Se o amadurecimento do corpo aponta para a maturidade e como consequência desta a unidade do corpo, é preciso destacar nesse contexto que esse processo passa pelo chamamento individual de cada homem e mulher de Deus de acordo com aquilo que o Senhor tem proposto sobre aquele indivíduo mas com vistas a edificação de uma comunidade.
Ao procurar desenvolver um grupo em determinada região os planos do Senhor selecionam e separam pessoas de acordo com o seu desígnio para que esses sejam um instrumento de serviço para a igreja em uma área específica de atuação dentro de uma posição geográfica revelada.
Esse chamamento geralmente acontece primeiramente no âmbito individual, a partir da vida sacerdotal que essa pessoa exerce diante do Senhor. Nesse ambiente pessoal de relacionamento com Deus, onde nos posicionamos em humildade e devoção, temos acesso aos seus planos e projetos, e ao escutarmos o seu desejo em amor para com a humanidade, temos a oportunidade de responder em amor como o profeta Isaías o fez: eis-me aqui, envia-me a mim.
Importante nesse contexto reconhecermos que o Senhor trabalha na igreja esse senso de despertamento pessoal para determinadas funções, mas ao mesmo tempo, essa ótica de valorização do indivíduo não vai contra a visão da comunidade, e não proporciona, independente do chamado revelado um lugar de supremacia deste sobre os demais. O ministério de um é um presente de Deus para os outros, e na unidade em amor eles se completam de forma harmônica para o amadurecimento do corpo, seja ele local ou global.
Como comunidade dentro desse contexto de chamamento individual, precisamos como corpo comunitário discernir no Senhor, através da intimidade com Ele, em jejuns e orações, não somente a testificação do chamado revelado, mas também a sua condição de realização no tempo para que esse seja suportado em amor no seu desenvolvimento e execução, participando da sua constituição e oportuno envio, debaixo da autoridade derramada e reconhecida pela igreja.
Liderança servil
Enquanto isso, chegou a Éfeso vindo de Alexandria, no Egito, um judeu chamado Apolo. Era um orador eloquente que conhecia bem as Escrituras. Tinha sido instruído no caminho do Senhor e ensinava a respeito de Jesus com profundo entusiasmo e exatidão, embora só conhecesse o batismo de João. Quando o ouviram falar corajosamente na sinagoga, Priscila e Áquila o chamaram de lado e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus.
Atos 18:24-26
Para que possamos caminhar debaixo dessa visão que proporciona o desenvolvimento individual sem ferir a unidade coletiva, necessitamos em paralelo, ou até mesmo anteriormente desenvolvermos uma capacidade de liderança alicerçada no serviço, onde a mesma se posiciona em amor como suporte e base para aqueles que estão sendo levantados em autoridade e maturidade para uma nova estação.
Para avançarmos na compreensão desse ponto, precisamos antes de mais nada compartilhar uma definição que será fundamental para nossa visão: liderar e governar são coisas diferentes, e por isso devem ser tratadas de formas separadas.
A liderança no contexto bíblico, e diria que até mesmo no mundo natural, é realizada no contexto de apontar um caminho. Nesse contexto, o ato de liderar se desenvolve no sentido de direcionamento, se colocando numa posição de serviço através dessa condição de condução. A partir dessa visão, é necessário que aqueles que são reconhecidos como líderes em determinada comunidade, adotem uma postura servil, onde o princípio da sua liderança se desenvolve, antes de qualquer direcionamento pragmático, sob o alicerce do amor, expresso em humildade, sendo esse a base para o desenvolvimento das relações e também do discipulado que aponta para Jesus como única referência.
Liderar segundo o modelo de Jesus apresenta rotineiramente a necessidade de olhar com atenção para aquele que é o alvo da nossa liderança e consequentemente do nosso serviço. Esse olhar atencioso acontece através do conselho do Espírito Santo e aponta para a revelação de Jesus na realidade do nosso serviço, seja ele direcionado para uma comunidade ou apenas uma pessoa.
Quando nos colocamos nessa posição somos desafiados a nos humilharmos, e examinarmos com amor e honra as condições apresentadas que irão nortear a liderança e dessa maneira promover as respostas de serviço necessárias para o aperfeiçoamento dos santos e da comunidade como um todo. Nesse sentido, liderar é servir e se alguém quer ser o maior deve buscar ser o menor, partilhando do caráter de Jesus através da manifestação do seu Espírito, e somente a partir desse exercer liderança sobre seus irmãos, mas jamais domínio.
Governo plural
Quando chegaram a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja, pelos apóstolos e presbíteros, e relataram tudo que Deus havia feito por meio deles. Contudo, alguns dos irmãos que pertenciam à seita dos fariseus se levantaram e disseram: “É necessário que os convertidos gentios sejam circuncidados e guardem a lei de Moisés”. Os apóstolos e presbíteros se reuniram para decidir a questão.
Atos 15:4-6
A partir da clareza do posicionamento de liderança encontrado nas escrituras e expresso na vida de Jesus e da igreja, temos a questão do governo como elemento prático intimamente relacionado ao contexto do papel dos líderes.
Falarmos de governo é um assunto delicado, pois é um tema que facilmente desperta interpretações divergentes, muitas dessas carregadas de experiências pessoais e sociais distorcidas que tornam o enfrentamento do tema ainda mais difícil, mas não menos importante.
Quando pensamos em um ambiente de vida em comunidade é inevitável que para essa acontecer existam alguns contextos de governança presente nas relações entre os indivíduos com vistas ao cotidiano comunitário. Ao procurarmos desenvolver esses relacionamentos e as atividades oriundas destes precisamos invariavelmente enfrentar a necessidade organizacional em diferentes níveis e aspectos de interferência real no cotidiano da igreja, e a partir desse no dia a dia dos irmãos que compartilham dessa comunidade eclesiástica.
Por conta dessa intrínseca relação entre a comunidade e o indivíduo é impreterível que as decisões de governo desse ambiente sejam conduzidas por aqueles que por elas são impactados. Onde aquilo que é comunitário deve ser decidido pela própria comunidade, ou por pelo menos um grupo de pessoas constituídas e reconhecidas para tal, e não apenas por uma única pessoa, por mais íntegra e bem intencionada que essa seja.
Entender a necessidade de governo do corpo como algo também compartilhado é imprescindível para discernir e manifestar a diferença entre unidade e uniformidade. Onde a última se manifesta de forma autoritária, subjugando a liberdade individual e a realidade particular de revelação no sacerdócio e governo de todos os santos, enquanto a primeira, opera através da ação do Espírito Santo, imprimindo no corpo a unidade de fé e pensamento, onde o consenso corporativo é a testificação da ação do Senhor sobre uma comunidade.
Governo plural
Pela fé, Abraão obedeceu quando foi chamado para ir à outra terra que ele receberia como herança. Ele partiu sem saber para onde ia.
Hebreus 11:8
Tendo em vista o movimento orgânico de vida gerada pelo Espírito na comunidade local, encontramos o desenvolvimento dessa relação tanto no contexto coletivo como individual, e nesse ponto é necessário discernirmos as direções do Senhor nessas esferas de atuação para a partir delas compreender no âmbito da execução o custo sacrificial que essa realidade nos impõe.
Viver uma fé viva e pulsante a partir de um relacionamento verdadeiro com Jesus nos conduz a momentos de revelação e direção, e ao mesmo tempo somos impulsionados para viver essa relação de forma pessoal e comunitária. Esse desejo gerado em procurar, buscar e achar, promove um ambiente sacrificial para todos aqueles que assim se posicionam para andar na terra.
Se no contexto comunitário, a revelação para o corpo é discernida no corpo e sustentada na multidão de conselho do governo plural da igreja. No aspecto individual, essa mesma condição é real para o indivíduo ou casal que deseja ser levado pela direção que o Espírito soprar, e é no custo do risco pessoal que reside o sacrifício de fé proposto, e possível de ser alcançado por aquele que se permite vivê-lo.
Neste lugar, o ônus da fé, se é que podemos chamá-lo dessa forma, pertence ao indivíduo, e não deve de nenhuma maneira ser transferido como peso de responsabilidade para a comunidade. E embora esta possa suportá-lo de alguma forma por algum período através do amor e do compromisso entre as partes, aquele que foi chamado individualmente não pode condicionar o seu movimento de fé ao respaldo e segurança da igreja local, tendo em si mesmo a clareza e certeza de que o preço a ser pago é integralmente pessoal, e deve ser colocado na balança do presente e do futuro para o discernimento de quando e como avançar naquilo que está sendo revelado.
Com isso em mente, entendemos no Senhor que uma comunidade apostólica e profética saudável é possível na medida que aqueles que desejam viver esses fundamentos estejam dispostos na esfera pessoal a pagar o preço da instabilidade e vulnerabilidade natural de viver dessa maneira, sendo eles mesmos os fiadores da palavra revelada pela fé, onde a confiança em Deus se manifesta de forma proporcional ao risco enfrentado e assumido, caminhando em direção ao que o Espírito Santo está falando a cada um e a igreja.
Oferta de alegria
Portanto, considerei apropriado enviar esses irmãos antes de mim. Eles cuidarão para que a oferta que vocês prometeram esteja pronta. Que seja, porém, uma oferta voluntária, e não entregue de má vontade. Lembrem-se: quem lança apenas algumas sementes obtém uma colheita pequena, mas quem semeia com fartura obtém uma colheita farta. Cada um deve decidir em seu coração quanto dar. Não contribuam com relutância ou por obrigação. “Pois Deus ama quem dá com alegria.”
2 Coríntios 9:5
Outro aspecto importante da vida da igreja missional que entendeu sua condição peregrina e vive na terra debaixo do envio apostólico de profeticamente testemunhar Jesus, é a compreensão da sua relação com os recursos recebidos pelo Senhor para que a partir destes a sua missão pudesse ser desenvolvida na terra.
Nesse contexto é comum a discussão sobre a validade do mandamento, ou princípio, dos dízimos e suas implicações nos dias atuais sobre a igreja estabelecida sobre os fundamentos da nova aliança. Dentro desta situação escutamos argumentos morais, administrativos e espirituais que na sua maioria são válidos e revelam muito da forma como cada linha teológica se relaciona com a palavra e sua revelação através do Espírito Santo.
Na nossa interpretação, tudo o que temos é do Senhor, porque Dele recebemos para um fim: ser igreja na terra, e consequentemente estar sujeito ao seu domínio e governo a partir de um relacionamento íntimo com o Espírito Santo que vai muito além de um argumento legal religioso, ou até mesmo administrativo. Tal condição demanda de cada homem e mulher de Deus, um diálogo contínuo com Ele mesmo para discernir o porquê da aplicação e destino de todos os recursos recebidos, sejam eles tangíveis, como o dinheiro ou algum bem pessoal, como intangíveis, nosso tempo, saúde física e emocional. Tudo o que somos está sujeito a esse critério, e deve ser submetido a esse crivo baseado na intimidade do relacionamento com o Senhor, e não como uma obrigação da lei.
Ao adotarmos de forma clara e objetiva esse posicionamento como igreja, atribuímos ao indivíduo e o seu compromisso com o Senhor e a sua igreja, a realização de como esse aspecto da vida comunitária se desenvolve. Como uma comunidade pautada na liberdade e na responsabilidade de viver uma vida de intimidade e obediência ao Espírito Santo, entendemos que é esse que deve movimentar a sua igreja para a sustentabilidade dos compromissos que Ele mesmo gerou no meio do seu povo. Essa postura como pilar, pressupõe e demanda uma relação partilhada e transparente entre os irmãos de cada comunidade com vistas ao discernimento sacerdotal do corpo e a governança plural, sob a liderança servil de homens e mulheres que juntos desejam viver e serem participantes alegremente em todos os aspectos de sua vida, inclusive nas finanças daquilo que o Espírito Santo está revelando e realizando em seu meio.
Estrutura essencial
Os que criam se reuniam num só lugar e compartilhavam tudo que possuíam. Vendiam propriedades e bens e repartiam o dinheiro com os necessitados, adoravam juntos no templo diariamente, reuniam-se nos lares para comer e partiam o pão com grande alegria e generosidade, sempre louvando a Deus e desfrutando a simpatia de todo o povo. E, a cada dia, o Senhor lhes acrescentava aqueles que iam sendo salvos.
Atos 2:44-47
Quando pensamos a partir das escrituras inspiradas a realidade de ser e viver igreja, e em paralelo olhamos para a nossa expressão eclesiológica contemporânea enxergamos claramente um conflito que pode parecer simples e apenas um detalhe de vocabulário, mas ao olharmos com mais atenção podemos ver que nesse paradigma reside um grande desafio para nossos dias: ser igreja apesar da igreja, ser templo apesar dos templos.
Ao criarmos um elemento físico que tipifica algo essencialmente espiritual tangibilizando uma realidade que é impossível de se expressar a partir de uma simples construção promovemos em nosso meio uma inversão de valores e mudamos o foco dos nossos esforços em direção a algo que não tem valor algum quando visto pela realidade do Espírito.
Olhando para a igreja dos primeiros dias, vemos na prática os apóstolos manifestarem um padrão que durante os anos de discipulado eles aprenderam com Jesus ao verem através do exemplo a manifestação do Reino acontecendo em qualquer lugar onde Ele estivesse presente. Nos relatos dos evangelhos podemos ver que o ensino, a oração, os milagres, o discipulado se desenvolvia independente do lugar físico, podia ser no monte, num barco a beira da praia, na casa de um homem importante ou de uma pessoa simples, num jardim, no pátio do templo, ou na sinagoga, qualquer local era propício para a vida mergulhada Nele e com Ele.
Após a ascensão de Jesus e o derramar do Espirito Santo vemos essa mesma condição se apresentando na vida da igreja. Seja em Jerusalém, Antioquia ou Éfeso, em nenhum momento vemos um lugar chamado igreja, uma estrutura que fosse capaz de representar essa reunião de homens e mulheres em nome do Senhor. Ao contrário, o que vemos é que a estrutura foi um mero coadjuvante daquilo que de fato tinha valor. No pátio do Templo, no cenáculo, na escola de Tirano, ou na casa de algum irmão, os prédios e espaços físicos foram apenas instrumentos ao serviço daquilo que acontecia no interior de cada cristão e se expressava em unidade no desejo de cada crente: se assentar com os irmãos em Cristo nas regiões celestiais através da manifestação interior do Espírito Santo no meio da igreja.
Essa condição permite que olhemos os salões como aquilo que eles realmente são: salões. E não um ente físico essencial na vida da igreja que se torna o centro gravitacional das relações, que por mais facilitadores que possam parecer, consomem uma quantia enorme de energia, tempo e recursos para proporcionar algo que durante séculos existiu sem a sua existência: a unidade da igreja.
Nesse sentido, entendemos e compartilhamos a visão de que a estrutura para sermos igreja não é determinante para a realização do desejo de vivermos uma vida comunitária saudável centralizada em Jesus, e antes disso, acreditamos que a ausência intencional desse item permite que nossas relações se expressem de forma mais profunda e integra, expondo com mais intensidade as nossas fraquezas e limitações, onde podemos ver o poder de Deus nos aperfeiçoando em amor, preenchendo os espaços entre nós e unindo essas pedras vivas em torno de si, como uma força gravitacional que a todos atrai.
Tal visão nos permite uma existência leve e ao mesmo tempo profunda, sem necessidade de grandes investimentos de esforços físicos e financeiros, permite dinamismo de movimentação e crescimento, e faz com que em qualquer lugar onde dois corações estiverem reunidos no nome de Jesus seja possível ser igreja, independente da sua condição financeira ou de tempo, pois onde dois estiverem, ali Ele está, e é isso que nos faz ser igreja, estarmos reunidos em nome Dele, Nele mesmo.
Expansão horizontal
Os que haviam sido dispersos, porém, anunciavam as boas-novas a respeito de Jesus por onde quer que fossem. Filipe foi para a cidade de Samaria e ali falou ao povo sobre o Cristo. Quando as multidões ouviram sua mensagem e viram os sinais que ele realizava, deram total atenção às suas palavras.
Atos 8:4-6
A partir do entendimento do que chamamos de estrutura essencial, vemos uma igreja que possui uma limitação física proposital, com a consciência de que se há um crescimento a ser feito, esse não acontecerá pelo caminho da construção de ambientes cada vez maiores para suportar esse aumento quantitativo da comunidade.
Tal condição nos coloca numa posição de expansão horizontal através da multiplicação, onde uma igreja ao se deparar com os limites físicos de crescer precisa gerar a partir de si mesma a divisão estrutural para o crescimento dessa comunidade. Esse processo espiritual, encontra um paralelo muito semelhante na natureza e no processo biológico de multiplicação celular, onde a partir da duplicação e divisão do núcleo celular, responsável pela estrutura do DNA da célula, uma nova é criada, carregando as mesmas estruturas de identidade da original.
Quando pensamos na vida da igreja, e olhamos para sua história, principalmente nos primeiros dias, o que vemos é esse processo acontecendo de forma orgânica e exponencial. Na medida que os discípulos eram alcançados pelo poder de Deus partilhado na vida dos apóstolos, esses mesmos carregando o DNA recebido no espírito, pelo Espírito, eram impelidos a compartilhar o evangelho onde estivessem, e essa boa notícia ao ser recebida em arrependimento, e agraciada pelo dom do Espírito Santo, fazia com que novas comunidades de fé surgissem, e onde estas estavam presentes, outras surgiam, e assim o Reino de Deus se expandia sem a necessidade de grandes prédios ou estratégias naturais, mas pelo poder do Senhor agindo sobre cada igreja nas cidades alcançadas.
É muito importante se você chegou até aqui, compreender que esse compromisso de limitação estrutural e crescimento horizontal como igreja faz parte da natureza da visão transbordante e sem ele entendemos que a essência daquilo que é proposto pode se perder na dinâmica do dia a dia da comunidade quando essa se posiciona para um crescimento estrutural. Nesse ponto vale a pena ressaltar que esse posicionamento não representa uma condição de crítica às outras formas de reunião como igreja, mas apenas uma posição clara e pré-determinada, recebida no Senhor durante a busca do discernimento dessa visão compartilhada, sem anular essas expressões e nem mesmo as demandas espirituais e sociais que demandam uma organização e estrutura para seu desenvolvimento.
Expressões sociais
Em seguida, Paulo foi à sinagoga e ali pregou corajosamente durante três meses, argumentando de modo convincente sobre o reino de Deus. Mas alguns deles se mostraram endurecidos, rejeitaram a mensagem e falaram publicamente contra o Caminho. Paulo, então, deixou a sinagoga e levou consigo os discípulos, passando a realizar discussões diárias na escola de Tirano. Isso continuou durante os dois anos seguintes, e gente de toda a província da Ásia, tanto judeus como gregos, ouviu a palavra do Senhor.
Atos 19:8-10
Na medida que o evangelho se manifesta e transborda nos corações que se entregam à ele, o que vemos é um desejo crescente de viver e propagar essa mensagem de vida a todo o mundo. Essa situação proporciona diferentes tipos de formas e estratégias para que esse objetivo seja alcançado e isso implica em variadas expressões que se manifestam na sociedade de acordo com a organização cultural e social do seu tempo.
Nas primeiras missões apostólicas vemos os apóstolos se movendo em torno de estruturas existentes como as sinagogas, as praças, auditórios e escolas gregas, usando-as como ferramentas para o compartilhamento das boas novas do Reino, utilizando desses locais onde as pessoas estavam como meio de alcançá-las e assim promover o acesso a mensagem da salvação.
Quando olhamos para essas características de alcance, realmente é factível enxergar esse ambiente como um facilitador, e isso acontece até os dias atuais. Na nossa sociedade contemporânea, baseada na economia de escala, onde existe um desejo de maximizar tudo e promover o maior ganho no menor tempo possível, pensar no uso de tais estratégias para o avanço do Reino parece ser totalmente coerente, mas pode ser uma armadilha.
Ao iniciarmos um projeto que almeje expressar para a sociedade de maneira estruturada aquilo que acontece interiormente de forma espiritual na vida da igreja, corremos o risco de nos tornarmos reféns da nossa solução. E aqui pontuamos o risco inerente a tal escolha sem desacreditar na eficácia que essa possa ter quando realizada de maneira sábia no temor do Senhor.
Expressões como um salão de reunião público para oração, um orfanato, um albergue, ou qualquer outra condição que promova o conhecimento de Deus e a sua justiça são benéficas, e podem ser almejadas debaixo da direção de Deus, mas essa ao ser revelada para um indivíduo ou comunidade, precisa ser discernida com relação aos níveis de compromisso e responsabilidade pessoal e comunitária demandados para a sua realização sem expor de forma conflituosa as esferas de aliança que podem ser impactadas, tendo clareza que essas expressões embora possam ser geradas no âmbito da vida da igreja, elas não são em si a igreja, e nesse contexto as pessoas envolvidas devem trabalhar conscientemente na proteção dos relacionamentos de aliança da comunidade acima de qualquer projeto de expressão social.
Resolução de conflitos
Visto que Deus os escolheu para ser seu povo santo e amado, revistam-se de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Sejam compreensivos uns com os outros e perdoem quem os ofender. Lembrem-se de que o Senhor os perdoou, de modo que vocês também devem perdoar. Acima de tudo, revistam-se do amor que une todos nós em perfeita harmonia. Permitam que a paz de Cristo governe o seu coração, pois, como membros do mesmo corpo, vocês são chamados a viver em paz. E sejam sempre agradecidos.
Colossenses 3:12-15
Amar é um desafio diário que se apresenta a partir das relações cotidianas e quanto mais íntimos e próximos nos tornamos, maiores são as condições para o surgimento de conflitos e proporcionalmente a oportunidade de responder ao nosso próximo baseado no amor recebido através de Jesus e revelado diariamente no Espírito Santo.
Quando nos dispomos a viver uma aliança de amor, cujo objetivo é amar, precisamos lutar contra o desejo natural de ser amado e assim criarmos uma estrutura de relacionamentos desequilibrada pautada no egoísmo e no orgulho. Porém invariavelmente perdemos essa batalha interior e somos instrumentos de dor e tristeza para nossos irmãos, o que acaba se tornando motivo de muitos problemas no seio da igreja e precisamos estar atentos para não cairmos na armadilha que os nossos conflitos mal resolvidos geram na vida da comunidade.
Para nos defendermos deste ataque satânico a partir das nossas fraquezas manifestas nas relações interpessoais, precisamos de uma consciência comunitária e intencional de amor como elemento principal na resolução de conflitos entre os irmãos onde somente uma cultura de confiança na supremacia do amor é capaz de sustentar relacionamentos de longo prazo com integridade, transparência e profundidade.
Buscar e incentivar tal caminho é imprescindível para alcançarmos a unidade plena que manifesta a glória que revela Jesus no meio da igreja. É necessário que essa visão seja pautada como um dos elementos centrais dos encontros da comunidade. Essa deve ser uma meditação recorrente em meio ao corpo reunido, buscando a compreensão das suas implicações práticas, e o desenvolvimento da vida relacional a partir desse pilar.
Uma igreja que busca essa expressão, precisa enfrentar esse desafio com bravura e coragem, crendo que sem essa batalha não há vitória final. Neste lugar somos chamados a amar de forma transbordante, e esse amor se revela a partir da cruz, na morte do ego, mas é o caminho da ressurreição gloriosa, onde a carne orgulhosa dá lugar para o Espírito majestoso e esse ao se apresentar como intermediador dos conflitos, se revela em amor na construção de relacionamentos sólidos, alicerçados na verdade, capazes de suportar as tentações dos prazeres e das perseguições, o mesmo amor que tem sustentado a igreja durante esses dois mil anos, e é responsável por nos suportar em graça e misericórdia por toda a eternidade.
Percursos diferentes
Algum tempo depois, Paulo disse a Barnabé: “Voltemos para visitar cada uma das cidades onde pregamos a palavra do Senhor, para ver como os irmãos estão indo”. Barnabé queria levar João Marcos, mas Paulo se opôs, pois João Marcos tinha se separado deles na Panfília, não prosseguindo com eles no trabalho.O desentendimento entre eles foi tão grave que os dois se separaram. Barnabé levou João Marcos e navegou para Chipre. Paulo escolheu Silas e partiu, e os irmãos o entregaram ao cuidado gracioso do Senhor. Então ele viajou por toda a Síria e Cilícia, fortalecendo as igrejas de lá.
Atos 15:36-41
Para finalizar nossa declaração de fé, gostaríamos de usar como base o texto que retrata a separação de Paulo e Barnabé, pois ele é muito emblemático para nós e representa uma situação que pode acontecer conosco durante essa jornada de ser igreja com outras pessoas, o que nos expõe a possibilidade de desentendimentos e separações.
Quando estamos nessa jornada apostólica e profética, o desejo de realizar com excelência a missão que fomos chamados, pode nos conduzir a formas diferentes de interpretação de contextos e situações, que nos leve até mesmo a conflitos nos relacionamentos entre as pessoas envolvidas.
Essas “divergências”, por mais que tenham motivações justas, ou pontos de vista biblicamente sustentáveis, podem nos levar ao ponto de separação e isso embora não seja o objetivo almejado, pode vir a acontecer e nesse lugar precisamos ter maturidade para discernir as posições de cada um e em comum acordo seguirmos a jornada proposta. E por mais que não seja o desejado, devemos buscar um lugar de conciliação para que mesmo debaixo da escolha de percursos diferentes, permaneçamos no mesmo caminho com o coração íntegro e puro com relação ao outro.
Como homens e mulheres que buscam viver a vontade de Deus na terra, é imperativo adentrarmos nesse lugar de que nem sempre estaremos todos vendo a mesma cena, afinal, embora estejamos no mesmo caminho, podemos estar em estágios diferentes dessa jornada, e de acordo com a identidade e revelação pessoal para determinada estação, é possível que tenhamos pontos de vista diferentes, sem necessariamente contrariarmos as escrituras, e essa compreensão em amor do lugar do outro deve ser buscada, principalmente quando esse conflito demanda uma atitude prática.
Para alguns daqueles que se disporem a viver essa declaração de fé como igreja conosco possivelmente teremos algum momento de conflito, e se esse nos levar para esse lugar de separação, queremos de antemão afirmar o nosso desejo de permanecermos unidos em Jesus, seguindo a verdade em amor, independente da forma e do percurso que cada um venha a tomar.
O amor é o que nos une, e onde Ele está, a liberdade é presente, e com ela a clareza de que o que nos une, pode ser também o que nos separe: o desejo de viver o que o Senhor está falando.
Que o Senhor nos abençoe, derrame da sua graça e nos capacite para viver de forma íntegra e verdadeira os pilares de fé expostos nesta declaração, e se você deseja saber mais, envie-nos uma mensagem, e teremos grande alegria em nos conectarmos.
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